Eu realmente acho que não fiz nada muito extraordinário em relação ao meu planejamento para sair de licença maternidade. Mas o número de perguntas que recebi sobre isso me faz achar que as pessoas têm bastante curiosidade, ou dúvidas genuínas sobre como se planejar financeiramente para ter um bebê. Seja qual for o caso, vou dedicar essa news pra detalhar o que fiz (e ainda tô fazendo, já que ainda não nasceu e eu continuo trabalhando).
Meu primeiro passo foi fazer a projeção de gastos na minha planilha financeira para o ano todo. Eu dou uma arredondada pra cima e insiro entre os gastos um valor na linha “extras” pra contemplar pequenos imprevistos. Assim, chego no número que costumo chamar de “patamar de gastos”. Coisas extraordinárias podem até fugir daquele número, mas é um valor que cabe minha vida normal com margenzinha para algo que sair fora.
Daí vamos pra reserva em si.
Ao longo de 2021 eu fui recompondo a reserva que havia sido diminuída quando fiz a reforma do apartamento que compramos em janeiro daquele ano. Quando decidimos engravidar, dei um pouco mais de gás na reserva, direcionando pra lá rigorosamente toda grana disponível e deixando de aplicar em qualquer outra coisa.
Expectativa: na minha cabeça, eu teria 9 meses pra trabalhar pra caramba, lançar turma nova dos meus cursos, até serviços novos na firma, levantar uma grana e fazer a reserva bombar.
Realidade: os primeiros meses de gravidez foram tão, mas tão cansativos que eu só aguentei manter as clientes que já estavam com processo em andamento. Até regravei e editei algumas aulas do meu curso, mas não o suficiente pra terminar sua reformulação e relançá-lo. Minha capacidade de trabalho ficou muito reduzida, me gerando bastante frustração.
Resultado: minha renda em reais já diminuiu bem desde os primeiros meses da gravidez. Mas ainda assim consegui colocar um pouco mais de dinheiro na reserva.
Como eu operei esse milagre?
Um dos pontos foi reduzir custos. Onde eu mais tinha pra cortar eram nos gastos da minha empresa. E por mais que as finanças da firma sejam separadas das minhas pessoais, uma vez que a firma gasta menos, sobra mais pra eu fazer minha retirada de salário. Cancelei a contratação de serviços que traziam comodidade pro meu trabalho em prol de ter um negócio bem enxuto para viver essa fase de menor geração de receita que pode durar, sei lá, um ano? Nas despesas pessoais não tinha quase nenhuma gordura, mas também teve corte: uma batalha hercúlea com a Vivo pra reduzir meu custo com internet e cancelei Amazon Prime.
Porque quanto menor o gasto, mais longe vai a reserva.
Entrei em janeiro com uma reserva equivalente a 6 meses dos nossos gastos, mas fizemos uma viagem ao Brasil e uma parte das despesas foi paga com essa reserva. Agora estamos com o equivalente a 5 meses de nosso patamar de gastos em reserva de emergência. Projeto que vai dar pra aumentar um pouquito antes da neném nascer.
Renda passiva
Esse é um capítulo todo à parte porque é um arranjo mais complexo e difícil de implementar. Provavelmente estou há anos nessa construção… mas acho que pode servir de inspiração pra muita gente.
Pra você saber: quando eu calculo 5 ou 6 meses de reserva, eu estou sendo conservadora, pois nesse cálculo eu considero que eu não faria nem 1 real de renda durante todo esse período. Só que, na prática, isso não é realidade, pois nos últimos tempos eu busquei instalar algumas fontes de renda passiva.
Renda passiva é aquela que você recebe sem necessariamente trabalhar por ela todos os meses.
A primeira delas é o nosso imóvel em SP. Como não moramos nele, o colocamos pra alugar. Metade dele foi transformado numa kitnet, alugada de maneira convencional (inquilino fixo) que paga o condomínio e um aluguel baratinho. A outra metade virou um apartamento de 1 quarto em que mobiliamos, decoramos e equipamos. Ele fica disponível para hóspedes via AirBnB, portanto a renda que ele gera é variável – mas todo mês entra alguma coisa. A soma desses dois valores geralmente cobrem a parcela do financiamento do próprio imóvel (que é o “grosso” do meu custo no Brasil, equivale a 60%).
Outra fonte de renda passiva é um investimento alternativo que eu possuo que gera renda mensal. Eu tenho esse investimento desde 2018, mas antes eu reinvestia o rendimento. Agora eu solicitei que eles depositem o rendimento na minha conta todo mês. É um investimento mais arriscado, porém muito alinhado com meu perfil de risco e com o fato de eu ter uma reserva de emergência numa aplicação conservadora. A média de rentabilidade mensal que obtive nos últimos 12 meses é de 1,35% ao mês (neste ano está ficando mais perto dos 2% ao mês) e tem sido um bom complemento pra minha renda mensal nesse período em que meu salário já diminuiu – e vai diminuir mais com a licença.
Eu não tenho nenhum problema em indicar esse investimento pras pessoas, mas prefiro fazer isso conversando individualmente. Pode me perguntar caso você se interesse, te dou todos os detalhes (me manda uma DM no Instagram). É só porque, como é uma aplicação arriscada, gosto de ter certeza que a pessoa entendeu os riscos. Sem falar que eu ganho uma comissão por indicações, então existe um claro conflito de interesse que eu preciso contar pra pessoa também.
Uma terceira fonte de receita, essa bem menor, é a venda de um dos meus cursos online, o voltado a ensinar estratégias de quitação de dívidas. Antes eu dava mentorias mensais pras alunas, mas agora eu parei de trabalhar ativamente nele e abaixei o preço em 60% – menos da metade. Quando alguém se matricula, pinga um dinheirinho pra mim sem que eu faça um novo esforço de trabalho por ele.
Não se engane: com exceção da aplicação financeira alternativa que mencionei, as demais fontes de renda passiva exigem ALGUMA dedicação, trabalho e tempo. Não é 100% automatizada. Mas exige bem pouco de mim, é super administrável com bebê pequeno. De quebra, vou precisar usar bem menos a reserva do que no cenário conservador que eu projeto (o de renda zero a partir do nascimento do bebê).
Estão em pauta na minha cabeça algumas mudanças na minha forma de trabalho para o período em que eu quiser voltar a trabalhar, mas o bom é que eu não preciso decidir nada agora, uma vez que tenho pelo menos uns 6 meses pra não precisar me preocupar. Poderei ir sentindo como as coisas caminham e desenhando a rota conforme a realidade de mãe for se revelando pra mim.
Um beijo,
Evelin
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